sexta-feira, 24 de abril de 2009

Peixe-boi-marinho ( Trichechus manatus )

Em Barra Grande, os guias e a comunidade trabalham pela preservação não só do cavalo marinho, como também de um gigante dos mares: O peixe boi.
Uma base no meio do mar funciona como estação de observação, onde técnicos ambientais do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) são sentinelas da natureza.
O objetivo do projeto é fazer com que daqui a alguns anos, não seja necessário monitorar o peixe boi para garantir sua sobrevivência. A cada pontinho preto que surge na água, renasce a esperança da multiplicação da vida, e de consciência ambiental.
Eles passam o dia fazendo o monitoramento .
Normalmente são bandos de 3 ou 4 bichos, geralmente compostos de uma mãe com os filhotes e um adulto acompanhando.
Essa é uma região perfeita para observação do peixe boi marinho, pois é onde as águas do rio e do mar se encontram e a salinidade é menor, como o animal prefere. Apesar da cara de poucos amigos, ele é um animal bastante dócil que se alimenta de capim agulha e também algas marinhas (é um herbívoro).


Alimentação

Além do capim, pode comer aguapés, algas e folhas dos mangues. O peixe-boi prefere a vegetação mais macia, pois precisa mastigar bem a comida e tem apenas os dentes da parte de trás da boca, os molares.
Ele come tanto folhas quanto raízes. Para isso, desenterra a planta com as nadadeiras e a leva à boca.Os lábios superiores, que têm pêlos muito duros, ajudam a segurar as folhas e raízes. Os lábios também dobram as plantas, levando-as para dentro da boca.
Um peixe-boi marinho pode comer o equivalente a 10% do seu peso por dia. Um animal de 300 quilos, portanto, chega a ingerir até 30 quilos de vegetais. Alimentando-se assim, ele controla o crescimento das plantas aquáticas e, com suas fezes, fertiliza as águas que freqüenta, contribuindo para a produtividade do ambiente. As fezes servem de nutrientes para pequeninas algas (chamadas fitoplâncton) que existem na água. Estas algas são o alimento de animais muito pequenos (os zooplâncton) que, no final, são o alimento dos peixes, completando assim uma cadeia alimentar.
Mesmo com "peixe" no nome, ele é um mamífero. Grande, de corpo arredondado e liso, parecido com uma foca, que vive na água. Por isso a confusão entre peixe (porque vive na água) e boi (porque é um mamífero). A fêmea do peixe-boi é conhecida como peixe-mulher.


Anatomia

O peixe-boi marinho tem a pele rugosa, com a cor variando entre cinza e marrom-acinzentado. A cabeça fica bem junto ao corpo. Pode-se quase afirmar que ele não tem pescoço, apesar de conseguir movimentar a cabeça em todas as direções.
Ele tem olhos bem pequenos, mas enxerga bem, sendo capaz até mesmo de reconhecer cores.O nariz está bem em cima do focinho, com duas grandes aberturas. Mas o peixe-boi não tem orelhas. Os ouvidos são apenas dois pequenos orifícios um pouco atrás dos olhos. Mesmo assim, pode ouvir muito bem. Além de escutar os ruídos ao seu redor, ele também pode se comunicar através de pequenos gritos chamados vocalizações. Esta comunicação é muito importante entre a mãe e o filhote. A mãe é capaz de reconhecer o seu filhote entre muitos outros apenas pela vocalização.
Sua boca é grande: os lábios de cima são amplos e se movimentam na hora de pegar o alimento. Para confundir ainda mais as coisas, o peixe-boi tem dentes: são apenas dentes molares, normalmente seis em cima e seis embaixo.
No focinho, o peixe-boi tem muitos pêlos, chamados vibrissas ou pêlos táteis. Eles são muito sensíveis ao movimento ou ao toque, tal como acontece com os bigodes dos gatos. Mas ele também possui pêlos ao longo de todo o corpo.
Por ser um animal aquático, no lugar das patas dianteiras o peixe-boi tem duas nadadeiras. São as nadadeiras peitorais, com unhas arredondadas nas pontas. Em vez das patas traseiras, possui uma grande nadadeira no final do corpo. É a nadadeira caudal.
Para nadar, o peixe-boi impulsiona sua nadadeira caudal, usando as duas nadadeiras peitorais para controlar os movimentos. Apesar de bastante pesado, consegue ser bem ágil dentro d'água, fazendo muitas manobras e ficando em várias posições. Normalmente, ele nada a uma velocidade reduzida, entre 4 e 10 km/h, podendo, no entanto, alcançar, num mergulho curto, até 25 km/h.
Por ser um mamífero, o peixe-boi precisa ir à superfície para respirar. Como os outros mamíferos, ele respira pelos pulmões, que só funcionam com ar, não com água, como as brânquias dos peixes. Nos seus mergulhos normais fica apenas de 1 a 5 minutos debaixo d'água. Já em repouso, pode permanecer até 25 minutos submerso sem respirar. Estudos revelam que o peixe-boi vive até 50 anos, podendo, em alguns casos, chegar a 60 anos. Ao longo do tempo, o homem tem sido, em grande parte, o responsável pelo encurtamento da vida desse animal. A caça indiscriminada fez do peixe-boi o mamífero aquático mais ameaçado de extinção no Brasil. Além da caça deliberada, outros fatores de extinção são a morte acidental em redes de pesca, o encalhe de filhotes órfãos e a degradação ambiental.


Reprodução

É preciso olhar com muita atenção para perceber as diferenças entre macho e fêmea. A reprodução da espécie é lenta e a mãe cuida do filhote durante os dois primeiros anos de vida.
Os peixes-bois não têm nenhuma diferença sexual externa fácil de ser notada. Por isso, devemos observar o ventre do animal e procurar em que posição estão o umbigo, a abertura genital e o ânus.
Na fêmea, a abertura genital (a vagina) fica mais próxima do ânus, enquanto no macho (no caso, o pênis) fica mais próxima do umbigo. O pênis só sai da abertura genital no momento do acasalamento. No resto do tempo, está sempre guardado.
O acasalamento se dá com o macho por baixo e a fêmea por cima, num tipo de abraço. É aí que o macho externa seu pênis e faz a penetração na fêmea.
Vários machos podem copular com uma mesma fêmea, o cio dura um longo período, mas apenas um deles irá fecundá-la.
A reprodução da espécie é lenta, pois o período de gestação das fêmeas é longo: 13 meses. Depois, a mãe amamenta o filhote durante dois anos. Por causa disso, a fêmea tem apenas um filhote a cada quatro anos, pois ela só volta a entrar no cio outra vez um ano depois de desmamar.
O mais comum é que a fêmea do peixe-boi tenha apenas um filhote, mas há casos de nascimentos de gêmeos.
Nos primeiros dias de vida, o filhote alimenta-se exclusivamente do leite da mãe. O leite materno é importante para o desenvolvimento do filhote: é um alimento completo que o ajuda no crescimento e funciona como uma vacina, protegendo-o nos primeiros tempos de vida. Durante o período de amamentação é possível notar as mamas na fêmea. Elas ficam uma de cada lado, bem abaixo da nadadeira peitoral.
Mas é já a partir dos primeiros meses de vida que o peixe-boi começa a ingerir vegetais, seguindo o comportamento da mãe. O filhote, aliás, recebe todos os cuidados da mãe. É ela quem o ensina a nadar, a subir até a superfície para respirar e também a alimentar-se de plantas.
Janeiro é uma época boa para visitar os animais. O período é de chuvas no litoral, o que garante um vento mais tranqüilo.


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